Escatologia, de Gênesis a Apocalipse

           Escatologia, de Gênesis a Apocalipse: 


           A primeira evidência do prenúncio do tempo do fim é vista em Gênesis 3:1, quando Satanás, pela primeira vez entra em contato com o gênero humano (ver também Apocalipse 10:9). Os grandes intérpretes bíblicos convencionaram que o anticristo reinará por um período de sete anos, sendo que na segunda metade deste tempo imporá novamente aos moradores da terra uma forte tentação: ou aceitam a sua marca ou serão impedidos de comprar ou vender quaisquer produtos, além de perseguir os remanescentes. 



            Ao final do capítulo 3 de Gênesis, Deus apresenta aquilo que depois da queda de Adão seria o maior fruto do desejo da humanidade: a conquista da fonte da juventude, ou seja, a vida eterna; a árvore da vida se torna inacessível aos homens e estes passam a ter uma vida finita; quantos milionários não dariam toda sua fortuna para comer do fruto desta árvore? Não seria esta a maior promessa para os que persistem na fé de Cristo? É o que mais esperamos após o Juízo Final, é o que terão os que forem arrebatados, é o que terão os que resistirem aos terríveis aguilhões do anticristo. Esta será a provação final da semente de Abraão, cujo número se tornou tão grande como as estrelas (Gênesis 15:5). 


           Com a vinda de Cristo, as profecias proferidas a Israel no Antigo Testamento atingem também a Igreja Cristã, que segundo vários estudiosos, passou a ser também “O Israel de Deus”, de modo que temos nos chamados “Livros Proféticos”, diversas profecias que estão por cumprir no “tempo do fim”, tal como as sete semanas de Daniel, as visões de Ezequiel, as profecias messiânicas de Jeremias, Isaías, Zacarias, Miquéias, o retorno de Israel ao seu território, predito em Oséias 3:3-5 e Isaías 66:7-13, a visão do grande dia do Senhor em Joel, a visão do reino milenar em Isaías, Jeremias e Daniel, e diversas outras que se confirmaram no novo testamento. 



           Muitos descrentes ignoram o fato de que Jesus voltará e reinará com os salvos que reconquistaram o acesso à árvore da vida e galgaram a eternidade; muitos, de fato creem que isso é uma verdadeira loucura e infelizmente muitos destes descrentes estão dentro de nossas igrejas. Dizem que esta é uma promessa tão antiga, que perdeu a credibilidade. Sabemos que todas as coisas estão sob o controle de Deus e Ele próprio sabe qual será o momento exato e este momento, obviamente, está atrelado à capacidade de Seu povo compreender e divulgar corretamente Sua palavra. 
            Jesus, o messias prometido, a pedra angular, por seu modo simples e claro de falar, tocava objetivamente os corações. Certa vez, indagado pelos fariseus do motivo pelo qual falava por meio de parábolas, deu a estes uma resposta, que hoje podemos compreender pelas mais modernas técnicas da neurolinguística: “Porque eles vendo, não vêm; e ouvindo, não ouvem nem entendem”. É muito comum numa reunião ou assembleia, muitos aprovarem ou concordarem com algo que não entenderam efetivamente. De fato nossos olhos e ouvidos são apenas os receptáculos das imagens e dos sons, que são processados pelos neurônios, assim Jesus, usando imagens de suas vidas cotidianas, lhes trazia à razão e à sensatez. Em Mateus 13:19 Jesus alertava sobre a necessidade do correto entendimento das coisas do reino, pois o Maligno as poderiam arrebatar dos corações: o coração é o órgão cujos músculos permite a oxigenação de todo o corpo, inclusive o cérebro, mas é no cérebro que guardamos o conhecimento, as nossas experiências e sensações, por isso Jesus nos legou excelentes técnicas hoje usadas na neurolinguística. 



            Todos os fatos escatológicos se encerram em Jesus, Ele é o primogênito dos mortos, o nascido dos homens, mas diferentemente de todos os homens, nascido de uma virgem (Isaías 7:14), dado por Deus (Isaías 9:6), da tribo de Judá (Gênesis 49:9-12, Apocalipse 5:5), da descendência de Davi (Isaías 11:1-2, Apocalipse 5:5), nascido em Belém (Miquéias 5:2), para pregar e morrer na Galiléia (Isaías 9:1-4), ser traído (Zacarias 11:12), para vencer Satanás (Gênesis 3:15, Apocalipse 20:1-3), para reinar com paz e justiça (Isaías 11, Isaías 65:17-25, Apocalipse 21:10-27). 
            Por sua forma exemplar de falar e agir, Jesus indica o caminho (atitudes) que permitirão ao homem reaver seu convívio perdido junto a Deus, Ele disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao pai, senão por mim”. O caminho, são as atitudes corretas ensinadas por Ele em nosso convívio social , a verdade é porque Ele é o messias prometido em quem se concretizarão todas as promessas bíblicas e a vida, porque somente aceitando o caminho indicado por Ele e O reconhecendo como o messias Salvador e Redentor, estaremos aptos a reconquistar a eternidade perdida em Adão, “por que por um homem veio a morte, também por um homem veio a ressurreição dos mortos” (1 Coríntios 15:21). 



            Jesus resume sua obra no texto de Mateus 13, onde, por meio de sete parábolas, alerta ao Seu povo sobre a boa semente, sobre a semente ruim, os falsos mestres, a contaminação do Seu evangelho, a necessária perseverança da Igreja e finalmente sobre a separação entre o joio e o trigo. Em diversas outras palavras Jesus enfatiza os ideais e atitudes necessários em Seu Reino, como no sermão profético de Mateus 24 e 25, em Marcos 13 e Lucas 21. 
             Os fatos especificamente relacionados aos últimos tempos são focados no Novo Testamento em Romanos 9, 10 e 11, 1 Coríntios 15, 1 Tessalonicenses 4:13-18, 2 Tessalonicenses 2:1-12, 2 Timóteo 3 e 4, 2 Pedro 2:1-3, Judas 1:14 e principalmente em Apocalipse, onde Jesus, já ressuscitado e glorificado, se apresenta ao apóstolo João, que se encontrava preso na ilha de Patmos e lhe fala detalhadamente sobre os fatos finais, que se concretizam com a Sua volta.



             Irmãos, podemos perceber que Deus traçou desde a queda do homem, um projeto para reavê-lo Consigo, porém, como antes o homem não tinha o conhecimento do bem e do mal, esta tarefa era bastante simples para Deus, contudo, tendo o homem, em sua queda, adquirido este conhecimento, Satanás entra em ação para confundi-lo, fazendo parecer que algo genuinamente bom seja mal e vice-versa, cegando-o completamente, daí a necessidade da obra restauradora de Cristo, que se resume em afastar esta ação satânica e fazer com que o homem, usando todo o seu intelecto, possa discernir e praticar o bem em vez do mal (Eclesiastes 2), pois assim procedem os habitantes do Reino de Deus, porque estes, conhecendo o bem e o mal, praticam o bem em todas as áreas de relacionamento entre eles, porque sabem que o bem é uma semente que gera frutos saudáveis enquanto que o mal, ao contrário, sempre gerará contendas, adversidades e sofrimento. 
          A escolha do bem em vez do mal é uma questão do uso da inteligência e da sabedoria em função do bem comum, neste sentido, o Evangelho vem na direção de que o verdadeiro cristão deve se focar no bem do próximo, na qualidade do relacionamento interpessoal, que deve ser baseado na equidade e entendimento, cujo resultado será, sem dúvida, o bem comum. 



           Podemos compreender perfeitamente que todas as profecias e sermões bíblicos se concretizarão quando o homem compreender esta infinita graça, e isso ocorrerá com a ajuda dos habitantes do Reino Celeste, mesmo que estes tenham que se utilizar de sua força e poder; assim se pode compreender o tempo do fim no sentido de conclusão de um projeto traçado desde a queda de Adão, que se alterou pelo panorama de povoamento do planeta, fim no sentido de escopo, intuito, alvo, propósito, quando o homem compreenderá a superioridade e benevolência da vontade de Deus, acatando-a e obedecendo-a, fim no sentido de causa, quando o homem, entendendo a causa de sua criação e existência, viverá em paz com o próximo, com Deus e com a criação. Fim nunca significou ou significará morte ou final de uma trajetória para os que praticam o bem, tampouco para Deus, que é eterno e eterno também fez o homem, e que este se torne novamente eterno é o Seu desejo e desígnio e assim o fará!


 Por Nelsomar Correa, em 02 de março de 2015.

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